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Adalgiza, Thatiane e Ingrid.
A fome no Brasil e no mundo

A fome no Brasil tem endereço certo: onde há pobreza e falta de acesso a direitos sociais básicos.
Mesmo com a mobilização histórica da sociedade civil pela causa e a implementação de políticas públicas de segurança alimentar, ainda existem em todo país pessoas que não têm acesso a alimentos em quantidade e qualidade suficiente para a manutenção da saúde.
A desnutrição infantil dá sinais mais claros do problema nas áreas rurais e urbanas.
No Rio de Janeiro, na Cidade de Deus, uma pesquisa realizada em 2008, mostrou que 22% das mais de 2 mil crianças pesquisadas estavam desnutridas.
Em Alagoas, 9,5% das crianças de até 5 anos apresentam desnutrição crônica (baixa altura em relação à idade).
Em 1974, durante a Conferência Mundial sobre Alimentação, as Nações Unidas estabeleceram que “todo homem, mulher, criança, tem o direito inalienável de ser livre da fome e da desnutrição...”. Portanto, a comunidade internacional deveria ter como maior objetivo a segurança alimentar, isto é, “o acesso, sempre, por parte de todos, a alimento suficiente para uma vida sadia e ativa”.
E isso quer dizer:
acesso ao alimento: é condição necessária, mas ainda não suficiente;  sempre: e não só em certos momentos; por parte de todos: não bastam que os dados estatísticos sejam satisfatórios. É necessário que todos possam ter essa segurança de acesso aos alimentos; alimento para uma vida sadia e ativa: é importante que o alimento seja suficiente tanto do ponto de vista qualitativo como quantitativo.
As causas da fome no mundo são várias, não podem ser reduzidas a uma só. Entre elas indicamos:
As monoculturas: o produto nacional bruto (pib) de vários países depende, em muitos casos, de uma cultura só, como acontecia, alguns anos atrás, com o Brasil, cujo único produto de exportação era o café. Sem produções alternativas, a economia desses países depende muito do preço do produto, que é fixado em outros lugares, e das condições climáticas para garantir uma boa colheita.
Diferentes condições de troca entre os vários países: alguns países, ex-colônias, estão precisando cada vez mais de produtos manufaturados e de alta tecnologia, que eles não produzem e cujo preço é fixado pelos países que exportam. Os preços das matérias-primas, quase sempre o único produto de exportação dos países pobres, são fixados, de novo, pelos países que importam.

Multinacionais: são organizações em condições de realizar operações de caráter global, fugindo assim ao controle dos Estados nacionais ou de organizações internacionais. Elas constituem uma rede de poder supranacional. Querem conquistar mercados, investindo capitais privados e deslocando a produção onde os custos de trabalho, energia e matéria-prima são mais baixos e os direitos dos trabalhadores, limitados. Controlam 40% do comércio mundial e até 90% do comércio mundial dos bens de primeira necessidade.
Dívida externa: conforme a Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a dívida está paralisando a possibilidade de países menos avançados de importar os alimentos dos quais precisam ou de dar à própria produção agrícola o necessário desenvolvimento. A dívida é contraída com os bancos particulares e com Institutos internacionais como o Fundo Monetário e o Banco Mundial. Para poder pagar os juros, tenta-se incrementar as exportações. Em certos países, 40% do que se arrecada com as exportações são gastos somente para pagar os juros da dívida externa. A dívida, infelizmente, continua inalterada ou aumenta.
Conflitos armados: o dinheiro necessário para providenciar alimento, água, educação, saúde e habitação de maneira suficiente para todos, durante um ano, corresponde a quanto o mundo inteiro gasta em menos de um mês na compra de armas. Além disso, os conflitos armados presentes em muitos países em desenvolvimento causam graves perdas e destruições em seu sistema produtivo primário.
Desigualdades sociais: a luta contra a fome é, em primeiro lugar, luta contra a fome pela justiça social. As elites que estão no governo, controlando o acesso aos alimentos, mantêm e consolidam o próprio poder. Paradoxalmente, os que produzem alimento são os primeiros a sofrer por sua falta. Na maioria dos países, é muito mais fácil encontrar pessoas que passam fome em contextos rurais do que em contextos urbanos.

A fome no mundo

Cerca de 100 milhões de pessoas estão sem teto;
1 bilhão de analfabetos;
1,1 bilhão de pessoas vivem na pobreza, destas, 630 milhões são extremamente pobres, com renda per capta anual bem menor que 275 dólares;
1,5 bilhão de pessoas sem água potável;
  1 bilhão de pessoas passando fome;
150 milhões de crianças subnutridas com menos de 5 anos (uma para cada três no mundo);
12,9 milhões de crianças morrem a cada ano antes dos seus 5 anos de vida;
No Brasil, os 10% mais ricos detêm quase toda a renda nacional.

Causas da Fome

Causas naturais:

Clima; Seca;Inundações; Terremotos; As pragas de insetos e as enfermidades das plantas.

Causas humanas:

Instabilidade política;Ineficácia e má administração dos recursos naturais; A guerra; Os conflitos civis; O difícil acesso aos meios de produção pelos trabalhadores rurais, pelos sem-terras ou pela população em geral; As invasões; Deficiente planificação agrícola; A injusta e antidemocrática estrutura fundiária, marcada pela concentração da propriedade das terras nas mãos de poucos; O contraste na concentração da renda e da terra num mundo subdesenvolvido; A destruição deliberada das colheitas; A influência das transnacionais de alimentos na produção agrícola e nos hábitos alimentares das populações de Terceiro Mundo; A utilização da "diplomacia dos alimentos" como arma nas relações entre os países; A relação entre a dívida externa do Terceiro Mundo e a deteriorização cada vez mais elevada do seu nível alimentar; A relação entre cultura e alimentação.

Causas da fome crônica e desnutrição

Pobreza; Distribuição ineficiente dos alimentos; Reforma agrária precária; Crescimento desproporcional da população em relação à capacidade de sustentação.





 
As causas da fome crônica e desnutrição  no Brasil e no mundo são pobreza, a distribuição ineficiente dos alimentos juntamente com  a reforma agrária  precária.  O crescimento desproporcional da população em um determinado estado ou território em relação à capacidade de sustentação, são fatores essenciais para a manutenção da fome.
Cerca de 5 a 20 milhões de pessoas falecem por ano por causa da fome e muitas delas são crianças.
As conseqüências imediatas da fome são a perda de peso nos adultos e o aparecimento de problemas no desenvolvimento das crianças. A desnutrição, principalmente devido à falta de alimentos energéticos e proteínas, aumentam nas populações afetadas e faz crescer a taxa de mortalidade, em parte, pela fome e, também, pela perda da capacidade de combater as infecções.
Alterar essa situação significa alterar a vida da sociedade, o que pode não ser desejável, pois iria contrariar os interesses e os privilégios em que se assentam os grupos dominantes. É mais cômodo e mais seguro responsabilizar o crescimento populacional, a preguiça do pobre ou ainda as adversidades do meio natural como causas da miséria e da fome no Terceiro Mundo.
O Brasil é o quinto país do mundo em extensão territorial, ocupando metade da área do continente sul-americano. Há cerca de 20 anos, aumentaram o fornecimento de energia elétrica e o número de estradas pavimentadas, além de um enorme crescimento industrial. Nada disso, entretanto, serviu para combater a pobreza, a má nutrição e as doenças endêmicas. Em 1987, no Brasil, quase 40% da população (50 milhões de pessoas) vivia em extrema pobreza. Nos dias de hoje, um terço da população é mal nutrido, 9% das crianças morrem antes de completar um ano de vida e 37% do total são trabalhadores rurais sem terras. Há ainda o problema crescente da concentração da produção agrícola, onde grande parte fica nas mãos de poucas pessoas, vendo seu patrimônio aumentar sensivelmente e ganhando grande poder político. A produção para o mercado externo, visando à entrada de divisas e ao pagamento da dívida externa, vem crescendo, enquanto a diversidade da produção de alimentos dirigida ao mercado interno tem diminuído, ficando numa posição secundária. Ao lado disso, milhões de pessoas vivem em favelas, na periferia das grandes cidades, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, entre outras. O caso das migrações internas é um problema gerado dentro da própria nação. Grande parte dos favelados deixou terras de sua propriedade ou locais onde plantavam sua produção agrícola. Nos grandes centros, essas pessoas vão exercer funções mal pagas, muitas vezes em trabalho não regular. Quase toda a família trabalha, inclusive as crianças, freqüentemente durante o dia inteiro, e alimenta-se mal, raramente ingerindo o suficiente para repor as energias gastas. Nesse círculo vicioso, cada vez mais famílias se aglomeram nas cidades passando fome por não conseguir meios para suprir sua subsistência.
Reconhecemos  que a própria "Constituição Cidadã de 1988 inova, em seu Preâmbulo, ao tratar da erradicação da pobreza e da marginalização", mas, infelizmente, temos ainda "um longo caminho a percorrer, pois, os governos pouco fizeram no campo dos direitos sociais, conformando-se antes a uma agenda monetarista e colocando a política financeira acima do desenvolvimento da cidadania".
"Garantir o alimento para todos, superando a miséria e a fome, exige de cada um de nós o engajamento pessoal. Mais do que isto, supõe a experiência pessoal do humilde e corajoso processo de gestação de uma nova sociedade, que atenda aos direitos e às necessidades básicas da população: educação, saúde, reforma agrária, política agrícola, demarcação das terras indígenas e das terras remanescentes dos quilombos, distribuição de renda, reforma fiscal e tributária, moradia. Exige também que desenvolvamos novas relações de trabalho e de gestão da empresa, criando uma economia de comunhão comprometida com a solidariedade e atenta às exigências da sustentabilidade".

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